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Relatório técnico PARSUK sobre a criação da AI²

PARSUK publica relatório independente com lições  críticas para reforma da Ciência e Inovação em Portugal

A fusão de agências britânicas de ciência e inovação, implementada há sete anos através da criação da UK Research and Innovation (UKRI), representa um processo similar ao que Portugal está agora a iniciar com a criação da Agência de Investigação e Inovação (AI2). No entanto, avaliações independentes mostram que a fusão administrativa não produziu os ganhos de eficiência prometidos nem sinergias plenas entre investigação fundamental e inovação. 

A PARSUK publicou hoje o relatório "Do modelo à prática: A experiência britânica em I&D e lições para a AI2", com o intuito de fornecer uma análise independente que informe o debate público e os decisores portugueses sobre a criação da AI2. Num momento de profunda transformação do sistema nacional de ciência e inovação, o relatório procura apoiar a implementação de reformas que reforcem o impacto e a sustentabilidade da investigação portuguesa, oferecendo recomendações alinhadas com práticas internacionais e experiências comparadas.

A criação da AI2, anunciada em julho de 2025 e resultante da fusão entre a FCT e a Agência Nacional de Inovação (ANI). O relatório, preparado pela equipa de assessores de diplomacia científica da PARSUK, examina a experiência britânica de integração institucional na ciência e inovação, com o objetivo de extrair ilações relevantes para o contexto português e de informar as reformas em curso.

Contando com o input do Conselho Científico da PARSUK, uma estrutura independente composta por académicos de referência sediados em Portugal e no Reino Unido, o relatório apresenta 8 recomendações ao Governo, para que a reforma em curso em Portugal possa ter o impacto desejado.

Estudos recentes, incluindo uma revisão independente da UKRI, publicada em 2022, concluíram que a fusão não cumpriu totalmente os objetivos propostos. Persistem desafios de eficiência administrativa, complexidades de governança nas relações entre estruturas centrais e disciplinares, limitações na autonomia estratégica e sinergias modestas entre investigação e inovação. Estas dificuldades são relevantes para o processo português, já que estão diretamente relacionadas com os objetivos do Governo para a criação da AI2.

Com base na experiência do caso britânico, a PARSUK apresenta as seguintes recomendações:

  1. Preservar as diferenças entre investigação fundamental e inovação.

  2. Garantir a autonomia e transparência estratégica da AI2.

  3. Integrar diferentes visões, prioridades e competências.

  4. Ajustar níveis de risco e apoio conforme a maturidade tecnológica e o potencial dos projetos de inovação a serem financiados, reconhecendo também a contribuição de outras disciplinas para os processos de inovação.

  5. Criar uma plataforma integrada de financiamento, interoperável com outros sistemas públicos.

  6. Articular, de forma clara e concreta, o impacto da ciência na sociedade

  7. Promover a tomada de decisão informada por evidência

  8. Estabelecer uma community of practice envolvendo parceiros internacionais da academia e de outros componentes do ecossistema de investigação.

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